quinta-feira, 1 de março de 2012

Promovendo a Amamentação nas Unidades de Educação Infantil da Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro

A rede de promoção de amamentação nas creches vem realizando encontros com objetivo de estimular essa prática e planejar coletivamente as estratégias para abordar esse tema. É também o momento de apresentar e distribuir os materiais de apoio: o painel interativo, que tem como objetivo fazer circular informações para mães e comunidade escolar; os procedimentos operacionais padrão que são guias passo a passo para coleta, armazenamento e oferta do leite materno. No primeiro encontro de 2012 o público se ampliou, estavam presentes profissionais de creches, maternidades e da Estratégia da Saúde da Família.


Bebês em creches municipais são matriculados a partir de seis meses e têm direito a mamar leite materno, tanto diretamente no peito da mãe como o ordenhado. Historicamente, a alimentação complementar saudável é garantida: todos os dias um cardápio variado, que inclui alimentos que fazem parte do hábito alimentar dos cariocas.


A convicção da superioridade do leite humano e o intuito de promover e apoiar a amamentação nas unidades de ensino levou a formação de um Grupo de Trabalho Intersetorial (GTI) com profissionais das Secretarias Municipais de Saúde e Defesa Civil, de Educação e de Assistência Social. Esse GTI é constituído de trabalhadores do Instituto de Nutrição Annes Dias (INAD/SMSDC), da Gerência de Programas de Saúde da Criança (GPC/SMSDC) e da Gerência de Educação Infantil (GEI/SME).


As ações são planejadas com o objetivo de estimular essa prática entre as mães que tem filhos inscritos na rede da educação infantil da SME-RJ e segue as diretrizes do Ministério da Saúde: leite materno exclusivo até seis meses e complementado até dois anos. Tem como perspectiva o acolhimento de mães e bebês para a amamentação com conforto e carinho. Ressalta os benefícios individuais e coletivos como o impacto na redução da morbimortalidade infantil.

Em 2010 foram realizadas as primeiras oficinas nas creches para estimular o brincar, a utilização de materiais lúdicos, a contação de histórias, a invenção de estórias, bem como a discussão sobre os brinquedos que fazem parte da vida das crianças: bonecas que vem com mamadeiras e chupetas. Nessas oficinas, funcionários experimentaram e aprovaram materiais lúdicos educativos elaborados pela ONG Amigas do Peito, que incluíram: tapete, livros, animais e seus filhotes e um casal de bonecos de pano com seu filho para ser amamentado por sua mãe. Experiências que através do brincar de mamar no peito, trazem para perto a vivência da relação mãe bebê e família bebê. Algo que faz parte da vida, do presente, das memórias, da cultura. As brincadeiras recuperam histórias de vida e ajudam a pensar no futuro, favorecendo acima de tudo a formação da cultura da paz pela promoção dos vínculos familiares e da rede de solidariedade em prol do pleno desenvolvimento da primeira infância e, em especial, da amamentação.


Com isso, o grupo de trabalho recebeu relatos das atividades de reflexão sobre práticas educativas que possam trazer a promoção da amamentação para o dia a dia das crianças maiores, entendendo essa como a primeira alimentação segura, saudável, capaz de trazer benefícios para toda a vida adulta, auxiliando na prevenção das chamadas doenças crônicas, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.


Recentemente, um novo recurso didático pedagógico elaborado pelo INAD vem sendo distribuídos, inicialmente para 150 unidades da SME e da SMSDC. Trata-se do Painel Interativo citado no início. Nele há uma pergunta para estimular os sentimentos: “A mãe dá o peito. O que sente o bebê?”.

Os momentos de reflexão sobre o uso do painel tem sido riquíssimos com o resgate histórico da época do desmame comerciogênico no Brasil, durante às décadas de 1940 a 1970, e da retomada da promoção, proteção e apoio à amamentação enquanto uma política nacional de saúde pública, adotada de forma efetiva pelo município do Rio de Janeiro, ganhador do Prêmio Bíbi Vogel – 2011, por suas ações nessa área específica.


Texto de Joana D’Arc Dantas e Rosane Rito.